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Mais uma montadora saindo do Brasil: O que isso mostra e no que isso implica?
Agora é a vez da FORD dizer adeus.
Um ano e meio após encerrar atividades na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), a multinacional americana Ford anunciou nesta segunda-feira (11) que encerrará a atividade de produção de automóveis no Brasil.
Uma má notícia para o setor de metalurgia. Em meio à crise da indústria nacional, o anuncio de fechamento da fábrica pegou todos de surpresa e traz consigo o fantasma do desemprego para milhares de família.
No anúncio, a direção da empresa informa que manterá somente o setor de assistência técnica. Ou seja, venderão aos brasileiros os carros produzidos em outros países, e farão assistência técnica. .
A Ford, nesse sentido, junta-se à MERCEDES, já que no final do ano de 2020 também anunciou suspensão das atividades em Iracemápolis. Outras montadoras também se manifestaram, colocando suas dificuldades em manter as produções no Brasil, como é o caso da BMW, Audi e Land Rover, até onde se sabe.
O encerramento da produção de uma montadora tem consequências desastrosas para a produção da indústria nacional. A cada emprego gerado em uma montadora, são gerados, em média, sete empregos indiretos.
É sempre importante lembrar dos discursos pró-reformas que, na verdade, retiraram os direitos da classe trabalhadora nos governos Temer (reforma trabalhista) e Bolsonaro (reforma previdenciária). Os discursos eram em cima da geração de emprego e aumento na produção industrial, mas, menos de três anos do início das reformas, as críticas e temor dos defensores dos trabalhadores estão se confirmando, já que as expectativas de aumento na produção e da retomada dos empregos não se fizeram presentes e a situação beira o caos. Somando-se a isso os efeitos trágicos da pandemia e a omissão do Estado em vários níveis, testemunhamos empresas fechando as portas e grandes montadoras encerrando as atividades no país.
O dólar está oscilando entre cinco e seis reais, elevando o custo de produção. A indústria nacional já sente falta de materiais para manter a produção, está mais fácil comprar produtos manufaturados do exterior do que produzir por aqui. As montadoras perceberam a economia inconsistente e estão abandonando o país, se instalando nos países vizinhos.
O liberalismo econômico de Jair Bolsonaro não se sustenta, o livre mercado de Paulo Guedes não passa de uma falácia, aumentando o abismo de desigualdade econômica e social.
O STM Salto se solidariza com os companheiros da FORD de Taubaté SP e Camaçari BA que estão na iminência de perder seus empregos.
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Fim do recesso
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