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1º de maio

1º de maio

O último ano foi de grande dificuldade para a classe trabalhadora. Além da Pandemia que já ceifou centenas de milhares de vidas, a situação econômica tem castigado os assalariados. No último ano, a cesta básica com aumento muito acima da inflação, virou o grande vilão dos trabalhadores e das famílias. As consequências desse aumento, estão relacionadas ao caos econômico, resultado de políticas econômicas malsucedidas, que pressionam o dólar diariamente para cima.   É visível que a preocupação do governo é proteger quem tem muito, deixando a deriva quem precisa de políticas públicas para sobreviver.  É notório os exemplos de proteção ao capital. A mão forte do governo que tira direitos dos trabalhadores, é a mesma que dá benesses e socorre bancos e grandes empresas, com incentivos bilionários. Enquanto empresários enchem os bolsos, a classe trabalhadora vive com migalhas.

Esse é um 1º de maio de reflexão. A pandemia mudou nossos hábitos e também está mudando a forma de trabalho. Há alguns anos, trabalho remoto era improvável em muitas empresas, mas virou uma realidade na atualidade.

Precisamos falar abertamente sobre as reformas trabalhista, previdenciária e da MPs. A reforma trabalhista traz ao cenário das negociações a flexibilização das relações entre trabalho e capital. Com a flexibilização a correlação de força ficou comprometida, quem perdeu foi a classe trabalhadora. Dentre essas regras estão: a extinção da ultra atividade das normas coletivas, a sobreposição do negociado sobre o legislado, trabalho intermitente, flexibilidade de horários e os salários menores. Na reforma da previdência, o impacto foi ainda mais duro para o futuro dos trabalhadores assalariados. Além de extinguir a aposentadoria por tempo de contribuição mulheres (30 anos), homens (35 anos). Mudanças significativas ocorreram nas regras sobre aposentadorias especiais, cálculo de benefício e ainda aumentaram a idade para o trabalhador acessar esse direito. Milhões de trabalhadores que haviam planejado aposentadoria por tempo de contribuição para os próximos anos, agora veem em seu horizonte, muitos anos a mais no chão de fábrica.

Nem na vigência da pandemia, os trabalhadores foram poupados, as MPs (medida provisória) emitidas pelo Governo Federal trazem embutidas redução de jornada, salários, fracionamento de férias e decimo terceiro. Uma verdadeira bomba nas finanças e na vida dos trabalhadores e suas das famílias

Não basta as drásticas mudanças na vida funcional dos trabalhadores, a pandemia adiantou o processo de uso da tecnologia no chão de fábrica. A indústria 4.0, está batendo à nossa porta. No futuro teremos grandes empresas tecnológicas, com poucos trabalhadores. É quarta revolução industrial que está chegando. 

A defesa de nossos direitos

Os trabalhadores precisam compreender esse momento. O modelo de trabalho, as novas tecnologias e os avanços na representatividade, devem ser incorporados na luta de classe. Não dá mais para pensar modelo de produção, com trabalhadores cumpridores de funções. Governantes gostam de trabalhadores e cidadãos alienados, sem pensamento crítico.  Gostam de trabalhadores que outorgam as decisões que impactam em seu dia a dia a terceiros. É preciso ir além! Por isso, a formação profissional continuada e o interesse por temas econômicos e políticos devem ser servidos aos trabalhadores diariamente. É preciso desassossegar, ir para a frente das trincheiras e lutar para reestabelecer os direitos usurpados e garantir aqueles que ainda nos restam. O sindicato e cada trabalhador e trabalhadora deve ser mola propulsora dessas lutas. O sindicato despersonifica a luta dos trabalhadores. Não é possível fazer a defesa dos direitos de forma individual, sem sofrer pressões e perseguições do poder econômico.

Esse 1º de maio é momento de reflexão e conscientização. Nosso desejo é que cada trabalhador e trabalhadora mantenham a esperança e fé em dias melhores.

Viva 1º de maio de muita luta e consciência de classe!!!