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10 de setembro, dia de Prevenção ao Suicídio.

EDITORIAL Por: Alexandro Garcia Ribeiro – Presidente do STIM Salto

Primeiramente, é preciso saber que o suicídio não se limita a um problema individual, é uma questão de saúde pública.
O assunto é complexo e cheio de mitos, e é justamente por isso que precisamos pensar e falar a respeito. Pois, apesar do que ouvimos por aí, existe ciência e muita pesquisa para que a gente consiga estabelecer ações reais para combater desafios como este.
A campanha do Setembro Amarelo traz em seu propósito a conscientização da população para esclarecimento sobre o tema suicídio, que ainda é tabu e muito delicado. Não podemos mais fechar os olhos para essa realidade. Os dados são cada vez mais alarmantes e preocupantes.
Para se ter uma ideia, estima-se que uma pessoa se suicida no mundo a cada 40 segundos. Isso quer dizer que, enquanto você lê isso, ao menos uma pessoa atenta contra a própria vida.
Precisamos deixar de lado os discursos culpabilizantes e carregados de preconceitos, pois quem tem pensamentos suicidas constantes está em grande sofrimento psíquico e precisa de APOIO e compreensão, e não de julgamento e culpa.
Quase 800.000 pessoas cometem suicídio a cada ano – mais do que as vítimas de guerra, homicídio ou câncer de mama, segundo o novo relatório da Organização Mundial da Saúde publicado ontem, segunda-feira (9).
Não podemos negligenciar nossa saúde mental e emocional, assim como não negligenciamos nossa saúde física fazendo check-ups em diversos médicos especialistas, indo ao dentista, se exercitando, melhorando a alimentação, etc.
Para desmistificar o suicídio, precisamos também desmistificar a noção a respeito da depressão, da ansiedade e do próprio papel da(o) psicóloga(o) e do(a) psiquiatra em nossa sociedade. Já não cabe mais (faz tempo) essa ideia extremamente distorcida de dizer que só vai em psicólogo quem é louco, que depressão é por falta de fé, que aquele que é suicida é egoísta por não pensar na família, etc. A falta de sentido, de perspectiva de vida e a dor emocional existem e não podem ser subestimadas. Isso somado a este mundo alucinante, de consumo desenfreado em que o TER tem mais valor que o SER.
Temos gerações de jovens e crianças que não possuem qualquer resistência à frustração, que temem falhar, que se sentem sufocadas, apesar da aparente evolução do mundo. Há estudos que mostram o quanto as pessoas, de qualquer idade, estão cada vez mais tendo que lidar com a solidão, que não se sentem vistas, reconhecidas. Que inclusive não se reconhecem, têm dificuldade em se compreender enquanto indivíduo e encontrar o seu lugar no mundo. Como é viver em um mundo em que você não consegue se ver, se perceber?
Precisamos urgentemente evoluir enquanto sociedade, pois enquanto essas estatísticas crescerem a cada ano, significa que falhamos. Podemos ter evoluído tecnologicamente, poderemos ter carros voadores, robôs e tantos drones no céu quanto hoje temos celulares nas mãos, mas de nada adianta se as pessoas – a humanidade – seguir adoecendo.
E se você, caro(a) leitor(a), é a pessoa que está em sofrimento, busque ajuda. Converse com as pessoas que você ama, em quem confia. Procure a ajuda de um(a) profissional, peça indicações. Você não está sozinho.
Toda existência tem valor.

Onde procurar apoio:
O CVV – Centro de Valorização da Vida tem um canal para receber ligações gratuitas de telefone fixo e celular: 188. O canal de apoio emocional e prevenção ao suicídio é para pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, 24 horas todos os dias. É possível entrar em contato pelo site do CVV, e falar por chat, Skype e e-mail.

Fonte:
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2019/09/800-mil-pessoas-se-suicidam-todos-os-anos-uma-a-cada-40-segundos.shtml?fbclid=IwAR3ZoSRYM3gPS1HpOwQySAss7Witsfc575WIjPWlWcTyzYzZAhcemQ-jHvI